As criptomoedas, como o Bitcoin, Ethereum e outras, têm ganhado destaque nos últimos anos como uma forma inovadora de investimento e meio de pagamento. No entanto, o crescente interesse nessas moedas digitais também levanta preocupações sobre seu impacto ambiental. Neste artigo, vamos explorar como as criptomoedas podem afetar o meio ambiente e quais são as principais questões ambientais associadas a elas.

O Consumo Energético da Mineração de Criptomoedas

Primeiramente, uma das principais formas como as criptomoedas causam impacto ambiental está relacionada ao processo de mineração. Portanto, a mineração de criptomoedas é o processo de verificar e adicionar transações ao blockchain, uma espécie de livro-razão digital que registra todas as transações realizadas com a moeda.

Para realizar a mineração, os mineradores utilizam computadores de alto desempenho, chamados de rigs de mineração, que consomem uma quantidade significativa de energia elétrica. A competição acirrada pela mineração e a complexidade dos algoritmos tornam esse processo cada vez mais exigente em termos de energia.

Como resultado, a mineração de criptomoedas consome uma quantidade considerável de energia, o que pode levar ao aumento da demanda por eletricidade, muitas vezes proveniente de fontes de energia não renováveis, como carvão e gás natural. Isso contribui para a emissão de gases de efeito estufa e impacta negativamente o meio ambiente.

Emissões de Gases de Efeito Estufa

Devido ao alto consumo energético da mineração de criptomoedas, a atividade pode resultar em emissões significativas de gases de efeito estufa. O uso intensivo de energia proveniente de fontes não renováveis contribui para o aquecimento global e a mudança climática.

Um estudo realizado pela Universidade de Cambridge estima que, em 2021, a mineração de Bitcoin sozinha poderia resultar em emissões de carbono comparáveis às de países como Grécia e Argentina. Esse impacto ambiental negativo tem levantado preocupações e chamados por uma maior responsabilidade ambiental por parte dos participantes do mercado de criptomoedas.

Descarte de Equipamentos Eletrônicos

Outra questão ambiental associada às criptomoedas é o descarte de equipamentos eletrônicos. A mineração de criptomoedas requer hardware de computação específico e poderoso, que pode se tornar obsoleto rapidamente devido ao ritmo acelerado da evolução tecnológica.

Esses equipamentos descartados, muitas vezes, não são devidamente reciclados ou reutilizados, resultando em um aumento do lixo eletrônico. O descarte inadequado de equipamentos eletrônicos pode liberar substâncias tóxicas no meio ambiente e causar danos à saúde humana e à fauna local.

Buscando Soluções Sustentáveis

Apesar do impacto ambiental das criptomoedas, algumas soluções sustentáveis têm sido exploradas para mitigar esses efeitos negativos. Uma abordagem que vem ganhando atenção é a busca por fontes de energia renovável para alimentar a mineração de criptomoedas.

Além disso, estão sendo estudadas alternativas mais eficientes em termos energéticos para os algoritmos de mineração. Reduzir a intensidade de energia necessária para a mineração poderia ter um impacto significativo na redução das emissões de gases de efeito estufa.

Como a mineração requer muita energia, as criptomoedas têm um impacto ambiental. Resumindo, os usuários que verificam transações na rede blockchain estão minerando.

Portanto, é necessário registrar as transações. Por exemplo, isso evita que a mesma senha seja usada mais de uma vez.

Durante este processo de verificação, o usuário deve resolver problemas matemáticos. Para isso, o poder de computação é usado para resolver problemas e verificar transações.

Os usuários que conseguem resolver o problema e verificar a transação são recompensados: uma pequena porção de criptomoeda.

O problema com todo o processo é que vários computadores estão tentando resolver o problema ao mesmo tempo. Portanto, ambos consomem muita energia.

Portanto, a própria poluição ambiental ocorre na geração de energia. Isso se deve principalmente à queima de combustíveis fósseis: petróleo, carvão e gás natural.

O impacto ambiental das criptomoedas

As criptomoedas afetam indiretamente o meio ambiente. Isso ocorre porque a mineração de criptomoeda requer alto consumo de energia.

Por sua vez, a geração de eletricidade causa poluição ambiental. Isso é ainda mais verdadeiro se considerarmos a queima de combustíveis fósseis: petróleo, carvão e gás natural.

Durante a mineração, vários computadores tentam resolver problemas matemáticos para verificar transações e receber criptomoedas como recompensa.

Como existem vários computadores tentando resolver o problema e apenas um computador irá resolvê-lo e obter a recompensa, há um desperdício de energia.

Afinal, alguns computadores estariam desperdiçando energia sem receber nada em troca. Uma vez que os computadores projetados para minerar consomem mais energia do que os computadores normais.

Marcos Antônio Simplício Júnior, professor e pesquisador do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores do Instituto de Tecnologia da USP (LARC-USP), explica:

“Muita gente tentando a mesma resposta e testando a chave uma a uma. Todo mundo que não entende está desperdiçando energia porque a maioria das criptomoedas tem taxas de transação baixas e consomem muita energia – do ponto de vista energético, o Bitcoin é particularmente ruim. ”

Segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, esses processos de computação consomem aproximadamente 121,36 terawatts-hora (TWh) por ano.

Isso equivale a um consumo anual de energia de 1 bilhão de quilowatts para a Argentina, com 40 milhões de habitantes.

A energia 100% limpa existe?

Talvez você esteja se perguntando se a mineração no Brasil não é poluente. Afinal, a energia gerada pelas usinas hidrelétricas, consideradas energia limpa, é muito utilizada por aqui.

De fato, segundo dados da FGV, em 2019 as hidrelétricas geraram o equivalente a 29% da matriz energética do Brasil.

No entanto, como explica Marcelo Schappo, professor de física do Instituto Federal de Santa Catarina:

“Muitas pessoas pensam que energia ‘limpa’ de fontes renováveis ​​não tem impacto no meio ambiente, o que é um mito. Não existe energia 100% limpa.

Mesmo quando falamos de energia eólica ou solar, existe o processo de fabricação de hélices, geradores, painéis solares, baterias: emissões ocultas de gases de efeito estufa durante todo o processo de fabricação.

Em suma, o mesmo vale para as hidrelétricas, que só se tornam eficientes quando alagadas e represadas. Toda fonte de energia está associada a algum tipo de impacto ambiental”.

Tem como reverter?

Existem algumas possibilidades de ignorar processos que geram muito consumo de energia.

Bruno Albertini, professor de engenharia da computação e sistemas digitais da Poli-USP, explicou:

Em suma, “Do ponto de vista energético, teremos que mudar para criptomoedas verdes. Em vez de pagar para fazer uma expedição na Amazônia, os locais extraem DNA, entram no sistema blockchain e inserem os dados. Quando alguém compra esse DNA, eles vão ser pago.

Essa pessoa não será conquistada por consenso (como o Bitcoin), mas fornecendo informações úteis sem desperdiçar poder de computação. É o blockchain aplicado a ativos com valor intrínseco, valor comercial real. ”

Independentemente disso, há muitas maneiras de pensar em gastos de energia mais sustentáveis.